Gosto, particularmente, de discutir a respeito de como as coisas deveriam ser. Neste sentido, existem duas formas de pensar sobre um determinado assunto (Existem, certamente, outras formas de pensamento, mas acho que essas duas são as escolhas universais): A primeira é o que eu costumo chamar de pensamento conceitual. Livre, soberano e não influenciado ou não influenciável pelos aspectos cruéis e pragmáticos da realidade.
Neste tipo de pensamento não precisamos, necessariamente, nos preocupar com absolutamente nada além de conceitos abstratos. É como se o mundo fosse todo o tempo perfeito, cíclico e previsível. Essa forma de pensamento, deve ser usada como trampolim, como uma plataforma de lançamento de suas ideias, mas, solitária. Solitária, porque, não deveríamos expor esses pensamentos a grupos grandes, ou correríamos o risco de corromper nossas ideias com apêndices imaturos, uma vez que ela não tem personalidade suficiente para resistir a entendimentos mal colocados.
A segunda forma do pensamento é aquela que pretende levar em consideração o maior número de variáveis possível. É o que eu chamo de “Abstração Minotauro”. Para quem não se lembra da história do Minotauro, ele é um personagem da mitologia grega, um homem com cabeça de touro, que vivia em um imenso labirinto. Sua estratégia era levar suas vítimas cada vez para mais fundo do labirinto, fazendo com que se perdessem e com o tempo morressem.
Tal como as vítimas do Minotauro ao tentarmos elencar um número infinito de possíveis variáveis ao problema somos levados a um labirinto de ideias e possibilidades sem jamais conseguirmos chegar a uma conclusão. E, o pior, sem encontrar também o caminho de volta. Ficaremos vagando por pensamentos desafiantes, porém, inúteis.
Assim, a respeito de tudo que pensamos, devemos imaginar um contexto, um cenário. O contexto nos permite a magia da abstração de um conceito com a segurança de um ambiente limitado e com um número de variáveis potencialmente conhecidas. O contexto é o nosso novelo de lã, capaz de nos levar tão longe quanto nossa imaginação e conhecimento permitam e de nos trazer de volta para recomeçarmos, se isso for necessário.
Alegria e força, sempre!